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Advogado Técio Lins e Silva fala sobre júris e ditadura em live no Museu da Justiça de Niterói

“Meu filho vai preso ou ele vai defender os presos”. A afirmação do pai do advogado Técio Lins e Silva, o também advogado Raul Lins e Silva, revelada pela jornalista Ana Claudia Guimarães no início da live intitulada 'Defesa de Presos na Ditadura até as Milícias de Hoje', realizada no Museu da Justiça de Niterói, define a vitoriosa e prestigiada carreira do consagrado criminalista brasileiro.    Na live, Técio, que participou de diversos julgamentos na época em que no prédio do hoje Museu da Justiça funcionava o Tribunal do Júri, lembrou com emoção o início de sua vida como estudante na Faculdade Nacional de Direito, na época da ditadura militar, em 1964, e da atuação no Centro Acadêmico Cândido de Oliveira - Caco, uma das entidades estudantis mais atuantes na luta contra a violência no período.   “Foram tempos gloriosos na luta pela democracia e contra a violência da ditadura militar que perseguia os estudantes e não permitia sequer que assistíssemos aulas. Éramos diariamente massacrados, impedidos de exercer nossos direitos. Éramos punidos. Os ambientes universitários eram fechados e nós proibidos até de assistir as aulas”, recordou o criminalista ao falar, emocionado, que iniciou sua carreira defendendo os estudantes punidos por suas atuações em lutas clandestinas.   A jornalista Ana Claudia ressaltou a atuação de Técio Lins e Silva em casos históricos de violência contra mulheres no Rio de Janeiro. E destacou o assassinato da juíza Patrícia Acioli, morta por milicianos que, como lembrou o advogado, eram policiais militares da ativa. Visivelmente comovido, ele falou com orgulho do resultado do julgamento:   “Muito gratificante defender uma mulher, atuante, que sofreu muito, foi ameaça, mas nunca recuou, e todos os assassinos foram condenados”, afirmou.   Técio lembrou ainda de um julgamento realizado nos anos 1980, quando o Museu da Justiça funcionava como Tribunal do Júri, no qual ele participou como advogado de defesa de uma mulher que havia matado o marido em legítima defesa.   “Naquela época em que ainda não se falava em feminismo, eu consegui que o júri a absolvesse por sete a zero. Até hoje me emociono com esse caso”, contou.   Durante a live, Técio revelou que foi vítima da Covid e ficou um ano recolhido em casa, primeiro em tratamento e depois trabalhando. “Não gostei nem um pouco de ficar um ano em home office”, confidenciou.  O advogado também revelou um lado amoroso por sua cidade natal, Niterói, reforçado em vários momentos da conversa.  Ele comemorou com orgulho ter sido consagrado com os títulos de Cidadão Niteroiense e como Comendador de Niterói, juntamente com Fidel Castro, ex-presidente de Cuba.    “Eu sou apaixonado por Niterói e pelos brilhantes gestores que a cidade vem tendo e que hoje está com uma qualidade de vida muito boa. Tenho orgulho de ser natural desta cidade e ainda vou fazer meu cartãozinho de visita assim: Técio Lins e Silva, Comendador de Niterói”, brincou gargalhando e elogiando as dependências históricas do Museu da Justiça de Niterói.
26/07/2021 (00:00)
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